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Expressão do teatro clássico para traduzir uma situação dramática marcada pelos efeitos de uma falsa representação da realidade, tratando-se, em regra, de uma perspectiva irónica sobre algo que se representa pelo seu contrário. O público deve reconhecer o engano simulado pelo actor na criação da ilusão dramática, de outra forma o sentido perde-se. A expressão acaba por ser sinónima do que Colleridge chamou “the willing suspension of disbelief”, um processo de criação de uma miragem do real que permitirá que a obra de arte se torne válida em termos estéticos. Por outras palavras, este tipo de representação implica a cumplicidade do público para que a realidade simulada seja identificada com o modelo que representa. A ilusão dramática pode ser utilizada em outras formas artísticas. Muitos romancistas fazem depender a estratégia de simulação do real de mecanismos de ilusão narrativa. A sensação a despertar no espectador é sempre a de uma total convicção sobre a autenticidade do facto representado. De notar que no teatro contemporâneo, seguindo a linha desconstrucionista da arte ocidental, fortemente anti-representacional, se prefere muitas vezes deixar claro perante o espectador que aquilo que se transporta para o palco é de facto uma mera ilusão sem correspondência alguma com a realidade. O envolvimento do espectador no próprio texto da representação, por exemplo, ajudará a anular qualquer tentativa de criar uma ilusão dramática.