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Género literário que na origem significa um tratado ou um catálogo em verso ou em prosa de peças de joalharia, de recolha de espécies minerais ou de dados astrológicos. Este último tipo de lapidário remonta ao antigo Egipto, em cuja capital cultural, Alexandria, se desenvolveu uma crença nos poderes místicos das pedras preciosas, capazes de ligar os seus possuidores aos deuses. Os lapidários são sobretudo textos científicos, de exploração das propriedades medicinais das pedras preciosas. Descrições literárias do simbolismo mágico destas pedras podemos encontrá-las desde os textos bíblicos (veja-se Êxodo, 28:9-12, “9- E tomarás duas pedras de berilo, e gravarás nelas os nomes dos filhos de Israel. 10- Seis dos seus nomes numa pedra, e os seis nomes restantes na outra pedra, segundo a ordem do seu nascimento. 11- Conforme a obra de lapidário, como a gravura de um selo, gravarás as duas pedras, com os nomes dos filhos de Israel; guarnecidas de engastes de ouro as farás. 12- E porás as duas pedras nas ombreiras do éfode, para servirem de pedras de memorial para os filhos de Israel; assim sobre um e outro ombro levará Arão diante do Senhor os seus nomes como memorial.”) aos textos medievais dos bestiários, por exemplo. Afonso X, o Sábio Rei de Castela e Leão, legou-nos um Lapidário, editado em 1981 pela Gredos (Lapidario: según el manuscrito escurialense H.I.15), manuscrito iluminado do século XIII. Plínio o Velho deixou-nos uma obra-prima do género na sua Historia Naturalis.

Em termos profissionais, o lapidário é o artífice que lapida as pedras brutas e lhes dá o brilho que as tornam preciosas, é ele que “desnuda” a gema, para que se mostre por completo o esplendor das pedras.

{bibliografia}

J. Cardoso Gonçalves: O Lapidario del Rei D. Alfonso X el Sabio: estudo deste manuscrito iluminado do século XIII (1926).