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[Do latim addenda, plural de addendu-, “aquilo que se deve acrescentar”.] Designa todos os textos que se aditaram à obra quer com a assinatura do autor, dedicatórias, advertências, prefácios, posfácios, notas, quer o aparato crítico, glossários, notas e comentários textuais, introduções explicativas, e outros textos em apêndice. Sendo o livro um suporte mediático, «um espaço de a-presentação, um mediador entre a escrita e a leitura» (Mª Augusta Babo, A Escrita do Livro, p.124), a adenda constitui o caminho através do qual o leitor acede ao texto, pré-determinando, portanto, o modo de ler, os “protocolos de leitura”. G. Genette cunha de paratexto o conjunto de elementos que constituem a fronteira do texto, a sua periferia. Os elementos constitutivos do paratexto podem traduzir informações, intenções, interpretações. O aparato crítico sendo o discurso envolvente do texto constitui o seu metadiscurso . São exemplos de adenda a Introdução e Notas a Eurico, o Presbítero (1ª ed. 1844) de Alexandre Herculano ou os Prefácios às segunda e terceira edições do Romanceiro (1828, l843) de Almeida Garrett bem como a Advertência às Folhas Caídas (1853) do mesmo autor. Estes paratextos ilustram bem a nova relação autor-texto e autor-leitor que surge com o romantismo. Quer Herculano, quer Garrett deixam transparecer nestes textos o desejo de delimitar claramente a sua autoria, de demonstrar abertamente a sua autoridade relativamente à obra de modo a apresentarem a sua escrita como pura criação original. A obsessão de originalidade «não é mais do que a fobia do plágio , o medo da reprodução, da imitação, da colagem ao Outro» (Mª Augusta Babo, A Escrita do Livro, p.112).