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Texto não literário de extensão variável que trata de um assunto em particular ou de uma variedade de assuntos. Pode ter inúmeras aplicações: uma entrada de um dicionário ou enciclopédia, uma peça jornalística, um texto científico para uma revista da especialidade, um texto de opinião publicado num periódico,

Um artigo não é, em regra, marcado por qualquer forma de lirismo ou confessionalismo, porque privilegia a objectividade do comentário. Por outro lado, ao contrário da notícia, o artigo exige um compromisso subjectivo com o texto. Enquanto a notícia retrata um acontecimento sem comprometer discursivamente o seu redactor, o artigo exige a marca do sujeito que o redige; enquanto no primeiro caso, não há lugar à argumentação e ao debate, no caso do artigo, espera-se que o redactor seja capaz de discutir e opinar sobre o assunto que aborda.

A posição do articulista é geralmente uma posição de força, já que pressupõe a afirmação de uma autoridade, quase sempre profissional. É porque se sente habilitado a falar sobre um dado assunto que o articulista assume a responsabilidade do seu texto. A flexibilidade discursiva do artigo – pode ir de uma simples caixa numa página de jornal a um longo ensaio – pode ser explorada por qualquer autor. O facto de partir de uma posição de autoridade, o artigo não é uma forma de expressão exclusiva de um grupo profissional. A autoridade de que falamos diz respeito ao conjunto de conhecimentos específicos sobre uma determinada matéria. Tal especialização é tão acessível e livre como o próprio acesso ao conhecimento. A autoridade do articulista é ainda uma prova da sua independência perante a publicação que divulga o texto.

O artigo é uma forma de expressão de larga aceitação no século XX, embora possamos recuar até aos séculos XVI e XVII com a expansão dos periódicos, se quisermos fazer a sua história.