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Tipo de cantiga de amigo característico da lírica galego-portuguesa e que acolhe temas ligados ao mar ou ao rio. O sujeito destas composições acha-se invariavelmente perante as ondas do mar ou as margens dos rios a quem confia as suas mais íntimas inquietações, que vão deste a ausência do amado à sua demora, por exemplo, por obrigações militares. O olhar perdido perante a imensidão das águas naturais é glosado dando a entender que o amigo pode regressar apenas pela força do desejo confessado. Os cancioneiros medievais contêm bastantes exemplos, assinados por trovadores como Estevão Coelho, Meendinho, Martin Codax, João Zorro, Gomes Charrinho e Nuno Fernandes Torneol. O estudiosoVicenç Beltrán é de opinião que este tipo de cantiga não deve ser individualizado dentro da terminologia medieval (v. “Barcarola”, in Biblos, vol.1, Verbo, 1995).

{bibliografia}

E. Asensio: Poética y realidad en el cancionero peninsular de la Edad Media (2ªed., 1970); E. Morales Blouin: El ciervo y la fuente: Mito y folklore del agua em la lírica tradicional (1981).