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[Do gr. brachus – logos, discurso breve] Locução obscura ou elíptica, marcada pela brevidade de expressão, deixando subentendido o sentido completo do enunciado: “Está bem!” por “Estou de acordo com aquilo que se disse/com aquilo que decidiram/com a acção proposta, etc.”. Figuras retóricas como o assíndeto, a elipse ou a zeugma podem ser exemplos de braquilogia. Quintiliano chama braquilogia (brevitas) ao assíndeto (Institutio oratoria, IX, III, 50). O discurso publicitário, o discurso oral militar e os textos de telegramas usam por estratégia ou necessidade a braquilogia. Em casos de extrema brevidade, o discurso pode tornar-se lacónico e ambíguo (ambiguidade), o que é frequentemente explorado por poetas modernistas e experimentalistas. Veja-se este poema de Álvaro de Campos: “Pouca verdade! Pouca verdade! / Tenho razão enquanto não penso. / Pouca verdade… / Devagar… / Pode alguém chegar à vidraça… / Nada de emoções!… / Cautela! / Sim, se mo dessem aceitaria… / Não precisas insistir, aceitaria… / Para quê? / Que pergunta! Aceitaria…” (“Diagnóstico”, Livro de Versos, ed. crítica de Teresa Rita Lopes, nº126).