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Companhia de teatro francesa, Théâtre du Grand Guignol, fundada em Paris em 1895, por iniciativa de Oscar Métenier, que se celebrizou na divulgação de peças de terror, que contribuíram para a fixação de um género próprio que tomou o nome da própria companhia. “Guignol” era o nome original de uma personagem de fantoche, de comportamento violento e satírico, que se assumia como o protagonista de espectáculos de fantoches na França do século XVIII. Este tipo de representação transformou totalmente o padrão tradicional do teatro de fantoches (inventado na China desde tempos muito remotos), substituindo os bonecos por actores de carne e osso e fazendo representar pequenos enredos violentos, macabros e repletos de crimes horrendos, de que é exemplo Le Jardin des suplices (1899), de Octave Mirbeau. As primeiras peças inspiraram-se em autores com Edgar Allan Poe ou André de Lorde, le prince de terreur, e enquadram-se bem no espírito decadentista que dominou a literatura francesa do final do século XIX. O modelo parisiense permaneceu até hoje e a expressão Grand Guignol traduz representações com estas características. O género não conheceu grande fortuna fora do contexto parisiense, apenas se registando alguma receptividade em Londres na década de 1920.

{bibliografia}

Pierre Citti: « Le Drame au grand-guignol des origines a 1914 », Europe: Révue Litteraire Mensuelle, 703-704 (Paris, 1987) ; Victor Emeljanow: “Grand Guignol and the Orchestration of Violence”, in James Redmond (ed.): Violence in Drama (1991).