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Termo derivado do latim intrincare, “enredo, embrulho”, para designar o conjunto de acções que formam a trama principal de uma obra de ficção literária. Normalmente, reserva-se o termo intriga para a ficção narrativa e o termo enredo para as representações teatrais. Esta distinção não é inteiramente pacífica, mas pode ajudar a compreender a diferença formal entre os termos tantas vezes confundidos. Também distinta do conceito de fábula, que remete para a organização das acções de forma lógica, a intriga tem maior liberdade na ordenação das acções, conflitos, peripécias ou aventuras que vivem as personagens de uma história narrada. Directamente relacionada com a constituição da ficcionalidade da obra literária, a intriga tende a receber a imediata adesão do leitor, porque se confina aos factos principais da história, eliminando digressões, descrições, narrativas secundárias ou outras formas de intertexto que possam distrair o leitor do assunto nuclear da obra.

É costume distinguir diferentes tipos de intriga, conforme o tema central da obra: intriga policial e intriga de espionagem, se tiverem como objectivo a resolução de um problema ou de um mistério, intriga de personagem, se estiver concentrada na história de uma personagem colectiva ou individual, intriga de acção, se os acontecimentos relatados se organizarem em torno de um denominador comum que impulsiona a acção, como acontece nas intrigas de família ou de motivos religiosos, políticos ou sociais, ou ainda intriga fantástica, que pode incluir todas as formas marginais ou surreais da ficção romanesca, como é o caso da ficção científica, do romance negro, do romance gótico, etc.

{bibliografia}

Samira Nahid de Mesquita: O Enredo (2ªed., 1987).