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Da pesquisa realizada sobre o conceito de aliteração, o resultado mais freqüente que se tem é o de que se trata de um fenômeno que consiste na reiteração de fonemas consonantais idênticos ou semelhantes. Assim é que, pensando em poemas, Geir Campos (p.15) define aliteração como a “seqüência de fonemas consonantais idênticos ou congêneres, dentro da mesma unidade métrica”. Acrescenta o pesquisador que o fenômeno serve para efeitos de harmonia imitativa ou onomatopéia. Para exemplificar o fato, cita dois versos de Augusto Meyer:

As ondas roxas do rio rolando a espuma

Batem nas pedras da praia o tapa claro

Pela pena de Dante Tringali (1988, p.126), fica-se sabendo que, em sentido mais rigoroso, a aliteração é a repetição da mesma consoante inicial de palavras próximas. Como exemplo, o estudioso traz à tona os famosos versos de Castro Alves:

Auriverde pendão de minha terra

Que a brisa do Brasil beija e balança.

Verifica-se em alguns autores que se debruçaram sobre o assunto o fato de chamar de aliteração a reiteração de fonemas consonantais e vocálicos indiferentemente. No Gradus (p.33), de Bernard Dupriez, damos com esta definição de aliteração: “Retours multipliés d´un son identique”. Platas Tasende (p.26), na mesma linha de raciocínio, trata a aliteração como uma figura retórica de dicção, que consiste na repetição de certos sons tanto vocálicos como consonantais. Importa, todavia e por seu turno, não esquecer que a repetição de fonemas vocálicos recebe de uma série de estudiosos a denominação especial de assonância.

 

Bibliografia:

 

Bernard Dupriez. Gradus (1984). Dante Tringali. Introdução à Retórica. (1988). Geir Campos. Pequeno Dicionário de Arte Poética. Jay A. Leavitt: “On the Measurement of Alliteration in Poetry”, in Computers and the Humanities, 10 (1976); N. B. Wright: “Measuring Alliteration: A Study in Method”, in Computors in the Humanities, ed. por J. L. Mitchell (1974).