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Expressão da teoria feminista para a relação criativa entre escritoras, em oposição à teoria bloomiana da ansiedade da influência. A teoria foi proposta por Sandra Gilbert e Susan Gubar, em The Madwoman in the Attic: The Woman Writer and the Nineteenth-Century Literary Imagination (1979). Discordando da teoria de Bloom, que defende a ansiedade que um poeta novo sente necessariamente em relação a um seu predecessor, receando nunca o poder vir a exceder, as Autoras estudam em particular o caso de Jane Austen e Emily Dickinson, que não sofreram qualquer tipo de influência maternal para produzir a sua obra, dada a escassez de modelos femininos que então existiam. Falam então em ansiedade da autoria para traduzir com maior correcção a ideia bloomiana de influência autoral, que é marcada por uma longa tradição da escrita literária como actividade unicamente masculina, tradição que inclusive vê a caneta ou o lápis como "metáforas do pénis". A ansiedade da autoria é levada para outros campos: o exemplo de tais mulheres escritoras no século XIX se aventurarem na escrita literária já demonstra uma atitude original, sem precursores à vista; por outro lado, o facto de desafiarem um domínio essencilmente masculino levou a que se sentissem "ansiosas" por verem a sua autoria reconhecida. Esta ansiedade pode ter deixado marcas textuais de alienação, fúria ou apreensão.