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Diz-se do que tem sentido apenas para si próprio, como no caso de um autor que supostamente escreve só para si mesmo, convencido de que a literatura é apenas entendível por quem a produziu. Aplica-se ainda à obra de arte que nega qualquer pragmatismo ou referência ao mundo exterior, como acontece na estética da arte pela arte. O adjectivo também pode ser antónimo de “didáctico”. T. S. Eliot popularizou o termo dentro do New Criticism, para distinguir a natureza auto-reflexiva da obra de arte literária em relação a todas as formas didácticas, filosóficas ou biográficas que estejam carregadas referências ao mundo exterior. O poeta americano Archibald MacLeish sintetizou o princípio artístico com esta máxima: “A poem should not mean / But be”. Posturas estéticas semelhantes podem ser identificadas em muitos poetas contemporâneos que se demarcam de qualquer influência de escola, que rejeitam qualquer intromissão crítica na sua obra ou que reajem negativamente a qualquer tentativa de interpretação dos seus próprios textos. Regra geral, o artista autotélico defende-se com o argumento de que uma obra de arte não explica, mas implica.