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Expressão da retórica latina que significa literalmente “conquista da benevolência”, muito difundida em todas as literaturas românicas, quando um escritor quer ganhar a simpatia do leitor, interpelando-o no sentido de receber louvor e solidariedade para a causa que está a ser defendida. Cícero refere-se-lhe no De inventione (1, 15, 21), aconselhando a que o auditório apenas louve os aspectos positivos de um discurso. Encontramos esta estratégia retórica nos textos literários encomiásticos, por exemplo, ou sempre que um autor se dirige ao leitor para conquistar a sua benevolência, como neste passo das Viagens da Minha Terra, de Almeida Garrett, em que o Autor simula estar ele próprio já convicto de ter “desapontado” o leitor, que, perante tal sinceridade e humildade, não hesitará certamente em desculpar o Romancista: “Vou desapontar decerto o leitor benévolo; vou perder, pela minha fatal sinceridade, quanto em seu conceito tinha adquirido nos dois primeiros capítulos desta interessante viagem.” (cap.III).