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Tipo de comédia característico do Século de Ouro do drama espanhol, também conhecido por comedia de ingenio. A designação deve-se ao facto de as suas personagens serem de condição nobre e se apresentarem com uma capa e uma espada. O termo comedia não tem o mesmo sentido que hoje lhe atribuímos, porque o elemento cómico não é dominante neste tipo de teatro, a que convinha melhor a designação de “drama romântico”. No Século de Ouro espanhol, o termo comedia era utilizado indistintamente, quer se tratasse de um tema cómico quer se tratasse de um tema trágico. A comedia era a designação que se opunha ao entremez, de apenas um acto, e a outras composições curtas. A Comedia Himenea, de Torres Naharro, é uma das primeiras do género. Lope de Vega, Tirso de Molina, Rojas, Montalván e Calderón de la Barca são os principais cultores. A temática destas novelas inclui paixões arrebatadas e trágicas, encontros nocturnos clandestinos, duelos sangrentos, exercícios de galantaria, jogos de aparências, sobretudo quando um herói pretencioso se apresenta em palco com uma espécie de escudeiro (o gracioso), para poder fanfarronar sobre a sua situação social.

bibliografia

Barbara Mujica: “Honor from the Comic Perspective: Calderón’s Comedias de capa y espada”, Bulletin of the Comediantes, 38, 1 (Auburn, 1986); Enrique Oostendorf: “Analisis de la exposicion en diez comedias de capa y espada de Calderón”, vol. II  de las Actas del Congreso Internacional sobre Semiotica & Hispanismo (Madrid, 20-25  de Junho de 1983), in Miguel Angel Garrido Gallardo (ed.): Crítica semiologica de textos literarios hispánicos (1986); Enrique Rull: “Calderón: Razon y desengano en el género comedia”, in Victor García de la Concha et al. (eds.): Teatro del Siglo de Oro: Homenaje a Alberto Navarro Gonzalez (1990); Francisco Jose Lopez Alfonso: “La entretenida, parodia y teatralidad”, Anales Cervantinos, 24 (1986); Ignacio Arellano: “Metodologia y recepción: Lecturas trágicas de comedias cómicas del Siglo de Oro”, Criticon, 50, (Toulouse, 1990); Maria Angeles & Villalba Garcia: “La gestualidad escenica en la comedia de capa y espada”, Revista de Literatura, 51, 101 (1989).