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Na retórica clássica, a apresentação de refutações, objecções e interrogações que o orador dirige ao público. No Sermão da Sexagésima (1655), António Vieira resume o tema do sermão à reflexão sobre o “pouco fruto da palavra de Deus”: “Pois se a palavra de Deus é tão poderosa; se a palavra de Deus tem hoje tantos pregadores, porque não vemos hoje nenhum fruto da palavra de Deus? Esta tão grande e tão importante dúvida, será a matéria do Sermão. Quero começar pregando-me a mim. A mim será, e também a vós; a mim, para aprender a pregar; a vós, para que aprendais a ouvir.” (§II). Está lançado o tema, apelando à participação do público. Nas próprias palavras de Vieira, a parte de um sermão que corresponde à confutação é aquela em que o pregador “há-de responder às dúvidas, há-de satisfazer as dificuldades, há-de impugnar e refutar com toda a força da eloquência os argumentos contrários” (§VI).