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Noção semântica que vem desde a lógica aristotélica a significar a conformidade de dois enunciados sujeitos a interpretação. Dizemos que um texto ou um sistema de enunciados é consistente, se obedecer a uma estabilidade sintáctica e semântica dos seus elementos. Do ponto restrito da textualidade, a consistência combina-se com a coesão e a coerência. Na literatura modernista e pós-modernista, o conceito de consistência textual pode ter alguma dificuldade em ser descrito de forma categórica, pois predominam as divergências de estilo, de sintaxe, de prosódia, de linguagens dentro de um mesmo texto. Se nos prendermos à etimologia do termo, apenas o discurso literário que seja harmonioso na composição dos seus elementos pode ser considerado consistente, o que deixará de fora todas as formas de anti-literatura ou de literatura de vanguarda, que exploram o desafio das convenções formais; porém, o termo aplica-se também, com maior segurança, ao discurso crítico, onde dirá respeito à segurança, ao rigor e à lógica com que as teses de um discurso são apresentadas. Sem consistência de argumentos, ninguém reconhecerá uma teoria como válida; sem consistência de ideias na apresentação de um sistema ou modelo de análise, ninguém aceitará discutir a validade ou a possibilidade de aplicação desse sistema ou modelo.