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Na métrica peninsular, termo usado para designar um dístico, uma estrofe ou uma estância. A copla ou cobla, também assim designada, foi muito cultivada desde a Antiguidade e Idade Média, tendo as suas raízes nas composições líricas destinadas às festas do povo. No entanto, no séc. XVII, D. Francisco Manuel de Melo compôs em português e em espanhol coplas de temática amorosa. Com o declíneo da influência castelhana na literatura portuguesa, a palavra foi pouco a pouco desaparecendo do vocabulário dos poetas.

O esquema rimático a que obedecem as coplas é variado, dando origem a vários tipos: coplas uníssonas, que obrigavam a manter a mesma série de rimas em todas as estrofes (ABBAA). Esquema este considerado o mais perfeito e, por isso, o encontramos sobretudo em poetas como Afonso X, Pedro Garcia Burgalês, Joam de Lobeira ou D. Dinis, (v. Dom Dinis, B 520/V 123).

No entanto, o mais utilizado, na poesia dos Cancioneiros, é o esquema de coplas singulares em que as rimas mudam de estrofe para estrofe, embora dentro da mesma fórmula rimática (a b a b b a b a; c d c d d c d c; e f e f f e f e), (v. Martim Soares, B 172). Perante a dificuldade do primeiro sistema e a facilidade do segundo, os poetas trovadores escolheram, por vezes, o esquema de coplas doblas, ou limitaram-se a manter uma das rimas ao longo de todas as estrofes. A união entre as estrofes podia fazer-se entre o fim de uma estrofe e o início da seguinte. Assim, quando o primeiro verso de uma estrofe retoma a rima do último verso da estrofe anterior estamos perante um esquema de coplas capcaudadas (ABABCCB; BAABEEB; BAABCCB), (v. Osoir’Anes, B [39 bis]); mas se o primeiro verso retoma uma palavra do último verso da estrofe precedente, designamos por coplas capfinidas, (v. Pero da Ponte, B 1642/V 1176). Se se constatar a repetição no início do mesmo verso de estrofes sucessivas, a mesma palavra ou grupo de palavras, o esquema seguido é designado por coplas capdenales (v. Joam Airas de Santiago, B 957/V 544).

bibliografia

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