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Tipo de crítica nascido nos debates na área da teoria crítica e que procura discutir temas relacionados com o meio ambiente, a sociedade e a arte em geral. Jackie Brooker, em “Environmentalism and Art” (introdução a Art Journal, 51.2, 1992) defende que a ecologia vai muito para além do lugar que todos ocupamos no universo: o homem deve tomar consciência de que é parte integrante deste mundo e da natureza que o caracteriza. A crítica ecopolítica deve expandir a sua investigação às questões económicas, políticas e culturais entre as topografias e os seus habitantes. Tom Crochunis, em “Toward an Ecopolitical Criticism” (Praxis, 4, 1993), vai mais longe, afirmando aquilo que poderá ser o principal objectivo deste tipo de teoria crítica: “Political criticism also struggles with its need to question essentialized representations of ‘the natural’ linked to gender, race, or class that serve those in power and to, on the other hand, propose positions of solidarity from which those excluded or exploited might speak.” Aproximando a crítica ecopolítica do multicultarismo, sugere ainda que se devia combinar a discussão das relações entre as várias regiões, culturas e raças com a questão das alianças políticas, o que pressupõe uma interacção entre a ecologia e a teoria crítica que consiga ir mais além de simples apelos a uma nova tomada de consciência para os valores da natureza. Como programa de acção, Crochunis propõe: “1) long-term impacts, in economic and political as well as environmental terms; 2) impacts on actors previously excluded from cost-benefit economies (e.g., from spotted owls to Native American communities to industrial laborers); and 3) consequences that are, as Michael Ross emphasizes, unintended or unanticipated, whether tanker accidents or well fires, soil degradation or cumulative food-chain toxicity.” Tal programa deve estender-se ao ensino, sem os lugares comuns de certas posições conservadoras, mas promovendo, por exemplo, uma educação para a descoberta de novos espaços de habitação ou para a historização crítica dos usos da topografia e do ambiente. Crochunis propõe ainda a substituição do termo “desconstrução”, que terá perdido impacto político, por um tropo ecopolítico como “sustained yield”  para descrever as relações dos indivíduos com o ambiente, para encontrar uma solução política mais eficaz de reconstrução do natural.

bibliografia

Karl Wolfgang Deutsch (ed.): Ecosocial system and Ecopolitics: A Reader on Human and Social Implications of Environment Management in Developing Countries (1977); Richard Preston: “A Reporter at Large: Crisis in the Hot Zone.” The New Yorker (26-11-1992); Sue Ellen Campbell: “The Land and Language of Desire: Where Deep Ecology and Post-Structuralism Meet.” Western American Literature 24.3 (1989).