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Termo de origem grega (epiphonema, “juízo final”) que designa a exclamação final em tom sentencioso com que um escritor ou um orador termina o seu texto ou discurso. Normalmente, o conteúdo do epifonema concentra-se em juízos de valor didáctico que alguém pretende impor sobre o seu próprio discurso, que deve preparar o ouvinte ou o leitor para essa conclusão. Serve de exemplo, a conclusão do famoso artigo sobre “O francesismo” que Eça de Queirós escreveu, depois de criticar em particular a poesia de todos aqueles escritores portugueses que haviam seguido a doutrina dos nefelibatas e dos decadentistas franceses: “É necessário dizer-se, todavia, que aqui há talento! Há mesmo muito talento, uma habilidade de ofício maravilhosa, uma presteza de mão que surpreende, uma técnica de rima, uma abundância de cor, uma arte no detalhe que maravilha. Somente, nestes milhares de versos admiráveis — não há um verso poético: estes poetas não têm poesia; e, entre tantos talentos, não há uma só alma!” (in Notas Contemporâneas, Círculo de leitores, Lisboa, 1981, pp.166-167).