Select Page
A B C D É F G H Í J K L M N O P Q R S T Ü V W Z

Parte de um texto que constitui a sua conclusão ou remate, onde normalmente se dá a conhecer o destino final das personagens de uma história que se contou, o desfecho dos acontecimentos relatados, ou ainda as ilações finais de um conjunto de ideias que se apresentou ou defendeu. Em termos de localização no discurso, o epílogo coloca-se no lado oposto do prólogo, podendo assumir a forma de um apêndice. A existência de um epílogo pressupõe, em regra, o desenvolvimento de uma intriga até se chegar a um ponto final, necessariamente posterior aos acontecimentos descritos nessa intriga.

No teatro greco-latino e no seiscentista, o epílogo consistia apenas numa fala breve feita por um actor, após o encerramento da acção principal. Tinha a função de uma despedida do público, a quem se suplicava benevolência em relação aos eventuais defeitos do espectáculo. Assim acontece em Midsummer Night’s Dream, de William Shakespeare, quando Puck recita um epílogo solicitando as boas graças da audiência. Tal como hoje se contrata alguém para prefaciar um livro, também na Renascença se pedia a poetas ilustres para escrever epílogos para peças de teatro. Ben Jonson, em Cynthia’s Reveals (c. 1600), amparou de certa forma o regresso ao epílogo no discurso
dramático. Jonson procurou sempre defender-se da crítica e dos leitores nos epílogos que produziu. A prática desapareceria gradualmente nos séculos seguintes, embora muita literatura do século XX ainda recorra aos moldes clássicos do epílogo, como em Thornton Wilder’s Our Town (1938), Tennessee Williams’ Glass Menagerie (1944), ou Jean Anouilh’s Antigone (1944).