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Modernamente, diz-se de uma série ou de um grupo de versos que partilham relações de sentido, de ritmo e/ou de métrica entre si constituindo uma unidade na estrutura de uma composição poética. O termo usa-se quase indistintamente com a designação mais clássica de estância (do italiano stanza, aposento, divisão, quarto), que alguns autores preferem para nomear as estrofes regulares nas composições que seguem à risca os cânones de versificação clássica. Neste sentido, podemos dizer que Os Lusíadas tem 1102 estâncias, devido à uniformidade da sua estrutura (a oitava-rima).

De notar que o termo foi inicialmente usado para designar a parte coral do teatro grego antigo ou, nas odes de Píndaro, a primeira das três séries de versos que constituem cada uma das partes da composição pindárica. Nas representações dramáticas, a estrofe é cantada por um coro, que se desloca em redor do palco, da direita para a esquerda, e combina-se, no texto teatral, com o epodo e a antístrofe.

Os tratados de versificação modernos consideram a estrofe como uma simples soma de versos, atribuindo a cada uma das possibilidades mais limitadas em número uma designação exclusiva, por exemplo, dístico ou parelha (dois versos), terceto ou trístico (três), quadra ou quarteto (quatro) quintilha, quinteto ou pentástico (cinco), sextilha, sexteto ou hexástico (seis), sétima, septilha, septena, hepteto ou heptástico (sete), oitava ou octástico (oito), nona (nove) e décima ou década (dez). A taxonomia das estrofes inclui também a variedade métrica dos versos, dizendo-se isométricos os que têm igual medida e heterométricos os que têm versos de medida distinta; a variedade rítmica, dizendo-se isorrítmicas, quando todos os versos partilham o mesmo ritmo, e heterorrítmicas, quando variam de acentos; e a variedade da própria estrutura, que é isostrófica ou regular, se todos os versos obedecerem à mesma estrutura, ou alostrófica, se esta variar. O tipo de estrutura mais vulgar que encontramos na poesia moderna e pós-moderna é, contudo, a total arbitrariedade da construção formal do texto poético, o que leva a estrofes de número de versos e ritmo muito variado, dizendo-se neste caso que são estíquicas ou livres.