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Estilo literário barroco caracterizado pelo rebuscamento da forma, nos exageros retóricos, nas construções sintácticas complexas (imita-se a sintaxe do latim clássico, invertendo a ordem directa da frase), o léxico latinizado e erudito, etc. O termo nasce a partir do exemplo literário do poeta espanhol Luís de Góngora, que, apartir de 1613, divulgou dois importantes poemas seus, antes de serem publicados, “Fabula de Polifemo y Galatea” e "Las Soledades”, que depressa foram conhecidos e imitados por toda a Península. A tal estilo poético, cuja apreciação estava reservada apenas a eruditos, atribuíram-se nomes, com forte carga pejorativa, como gongorino, gongorizar ou gongorismo. O termo gongorismo permaneceu como sinónimo de estilo de difícil leitura, que peca por excesso de erudição, e não é indissociável de outras propostas estéticas europeias como o preciosismo francês ou o marinismo italiano. Esta arte deve ser entendida dentro do chamado cultismo, que teve seguidores em Portugal como Manuel Botelho de Oliveira ou Gregório de Mattos Guerra. O árcade português Correia Garção criticou com severeidade o gongorismo e os seus defensores como Francisco de Pina e Melo, como se lê na Epístola I (Obras Complestas, vol.I, Livraria Sá da Costa, Lisboa, 1957, pp.199-200) :

Não busques pensamentos esquisitos,

Em denegridas nuvens embrulhados;

Não tragas, não, metáforas violentas,

Imitando esse corvo do Mondego,

Que entre os cisnes do Tejo anda grasnando;

Usa da pura língua portuguesa

Que aprendido já tens no bom Ferreira,

No Camões imortal, um Sousa e Barros.

{bibliografia}

Dámaso
Alonso: La lengua poetica
de Góngora (1961) ;

Emilio Carilla: El gongorismo en América (1946);

Jorge de Sena: “Maneirismo e barroquismo na poesia portuguesa
dos séculos XVI e XVII”, Luzo-Brasilian Review, 2, 2
(1965); Robert Jammes:
Études sur l’œuvre poétique de Don Luis de Góngora y Argote
(1967).

 

http://www.geocities.com/Heartland/Hills/9024/barroco.htm#cultismo

 

http://www.latin-american.cam.ac.uk/SorJuana/SorJuana4.htm