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Palavra de origem latina, gremium significava protecção, auxílio, regaço, permanecendo estas ideias no seu campo semântico até à actualidade. Pode dizer-se que o grémio literário (tal como o cenáculo, a pleiâde e a tertúlia), enquanto grupo artístico-cultural, deriva da fundação das primeiras academias tendo contudo, um âmbito mais restrito.

Esta associação é criada e dirigida por artistas que procuram fazer face ao desinteresse da sociedade e do Estado pela arte. Visa promover a cultura organizando exposições e certames artísticos, protegendo igualmente outras áreas como a medicina ou as ciências puras e aplicadas, dependendo dos objectivos propostos na fundação do clube.

Em Portugal, o século XIX revela-se rico na criação dos Grémios, encontrando-se uma possível explicação para o facto, na necessidade que os artistas sentiram em abandonar o marasmo cultural e social da época.

Em 1846 foi fundado em Lisboa pela Rainha D. Maria II o Grémio Literário que comportava sócios em seis classes diferentes: Ciências Físicas e Matemática, Engenharia e Arte Militar, História Natural, Medicina, Ciências Morais e Política, Literatura e Belas Artes.

Aí eram realizadas Conferências Científicas e Literárias, sendo a instituição frequentada mais tarde pelo grupo dos Vencidos da Vida. É neste Grémio que se planeia igualmente o jantar de Cohen, na obra de Eça de Queirós, Os Maias.

Também no final do século XIX surge o Grémio Artístico, fundado por um grupo de pintores acongregados em torno de Silva Porto (inicialmente chamado Grupo do Leão) que organizam programas de Letras e Artes estimulando a produção de novas obras e recorrendo a saraus, banquetes e exposições.

A 26 de Outubro de 1842 foi fundado o Grémio Lisbonense inicialmente denominado Academia Fraternal Harmónica, com cariz meramente recreativo. Em comum, todas estas instituições partilham o facto de terem sido fundadas por grupos de pessoas com objectivos comuns que se regem por estatutos específicos. Contudo, o carácter essencialmente cultural é muitas vezes ultrapassado pelo aspecto social e lúdico que anima os serões dos Grémios: o whist, o bilhar, o gamão e a leitura de jornais tornam-se ocasionalmente imperiosos no ventre da sede.