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Expressão alemã (heimkehren, “regressar a casa”) para o tipo de romance que relata o regresso a casa de um herói, situação típica dos romances de pós-guerra que narram as o dia seguinte às vitórias ou às derrotas e as marcas físicas e psicológicas que tais confrontos deixaram nos seus intérpretes. Um dos primeiros exemplos deste tipo de literatura é o romance de Arno Schmidt Bücher: Brand’s Haide (1946), a que se seguiram outros como Eine Stimme hebt an (1950), de Gerd Gaiser, e Wo warst du, Adam? (1951), de Heinrich Böll.

O tema do regresso traumático a casa tem sido explorado na literatura norte-americana, por exemplo, de forma insistente, quer após a II Guerra Mundial quer após a guerra do Vietname, que inspirou relatos como o do herói Ron Kovic em Born on the Fourth of July (1989). Embora o conceito esteja circunscrito à literatura alemã da segunda metade do século XX, todos os países envolvidos em guerras coloniais, civis, militares, e outras inspiraram inúmeros testemunhos literários dos martírios psicológicos e sociais do pós-guerra. Note-se que a primeira obra-prima do género será sempre a história de Ulisses e do seu regresso a casa finda a guerra de Tróia, tal como Homero nos relata na Odisseia.

Bibliografia:

Bruce Plouffe: The Post-War Novella in German Language Literature: An Analysis (1999); Bettina Clausen: “Der Heimkehrerroman”, Mittelweg, 36 (1992).