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Termo de sentido pejorativo que serve para designar todas as formas literárias de divulgação marginal, de produção amadora ou de criação não convencional. Naturalmente, esta definição não serve aquelas obras que simplesmente não entraram nos circuitos comerciais mais tradicionais e que, só por essa razão, podiam ser classificadas como infraliteratura ou literatura menor. O termo é tão ambíguo como injusto e falível, a partir do momento em que baseia o critério de decidir o que é literatura menor pelo êxito comercial ou pela divulgação académica de um livro, por exemplo. Qualquer outro critério para decidir o que é « boa » literatura e o que não é passa por aceitarmos a autoridade de quem toma tal decisão e não pelo facto em si de uma dada obra de arte literária ser, à partida, literatura « menor ». É costume atribuir este epíteto a obras de auto-ajuda, aos folhetins romanescos, a títulos cor-de-rosa, a toda a literatura de cordel, a muita literatura oral e tradicional e a muita literatura marginal, policial e popular. Em qualquer caso, o termo infraliteratura raramente é acompanhado de uma fundamentação científica rigorosa para justificar a menoridade de uma obra literária. Por esta razão, tem-se preferido o termo paraliteratura para todas as formas não canónicas de literatura, em vez de infraliteratura, que implica quase sempre uma apreciação negativa preconceituosa.

{bibliografia}

Jacques Maurice e Louis Urrutia : L’Infra litterature en Espagne aux XIXe et XXe siècles: Du roman feuilleton au romancero de la Guerre d’Espagne (1977)