Termo francês, de origem latina, litterator, “letrado, gramático, crítico”, de uso muitas vezes pejorativo, para exemplificar o homem de letras, o escritor literato que apenas vive para a sua escrita. O termo tanto se pode aplicar ao gramáticos latinos como aos monges medievais que editavam praticamente toda a literatura existente na época. O Iluminismo francês desempenhou um papel importante na dignificação do littérateur. A Enciclopédia de Voltaire, por exemplo, só foi possível de ser escrita porque, enquanto homem de letras, o filósofo francês tinha o hábito de indexar e organizar fichas de leitura de muitas obras e catalogou convenientemente a sua biblioteca pessoal de 6814 títulos. Este trabalho de tratamento especializado da informação bibliográfica é uma tarefa só possível de realizar por um littérateur competente. A erudição que lhe é exigida e o trabalho muitas vezes solitário a que está obrigado a realizar podem ajudar a explicar o sentido pejorativo que a sociedade acabou por atribuir a esta designação.
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