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Corrente literária italiana situada a partir do final do século XVI que teve como protagonista Giambattista Marino, que deu o nome ao movimento. G. Petri, C. Achillini, F. Della Valle e G. Fontanella. O marinismo ganhou fama com uma polémica violenta sobre o lugar da literatura barroca entre estes escritores e seus oponentes, como T. Stigliani e L. de Capua, que recusaram o novo modelo lírico proposto em obras como L’Adone (1623), a que se juntará La lira (1602-04), La galeria (1620) e La sampogna (1620), textos que consagrariam o marinismo como o novo canto do amor dionisíaco. L’Adone é um longo poema de quarenta mil versos, em vinte cantos, que Marino demorou trinta anos a escrever.

O debate sobre a essência e os limites do barroco faz parte de um conjunto de reacções à arte poética que ainda sobrevivia do renascimento e que o maneirismo não soubera substituir. Por toda a Europa se registaram debates semelhantes: na Espanha, é Gongorismo, inspirado pelo exemplo do poeta Luís Gôngora y Argote; em Inglaterra, o romance Euphues ou The Anatomy of Wit, de John Lyly, dá origem ao eufuísmo; em França, o debate mais relevante é à volta do preciosismo, forma de arte rebuscada típica na corte de Luís XIV; na Alemanha, o silesianismo, caracterizando os escritores da região da Silésia, é a expressão mais visível do barroco; em Portugal e em Espanha, o grande debate barroco é entre o defensores do cultismo e os defensores do conceptismo.

O marinismo teve um significativo desenvolvimento em Itália, em parte pela novidade e arrojo dos seus temas líricos (sensualidade, religiosidade, beleza, fealdade, grotesco), pelo exagero na forma e no conteúdo (com forte domínio da hipérbole e da metáfora de fascínio, como estilo preferido), para buscar aquilo a que Marino chamava a “meraviglia”.

{bibliografia}

Eric Cochrane (ed.): The Late Renaissance in Italy (1970); G. G. Ferrero (ed.) : Marino e i marinisti (1954).

http://www.letteraturaitaliana.net/PDF/Volume_6/t330.pdf