Modelo de análise narrativa introduzido por A. J. Gremais em Sémantique structurale (1966), e inspirado no modelo funcional de Propp (Morfologia do Conto, 1928). As teorias narrativas de Greimas foram sucessivamente revistas e ampliadas ao longo da sua obra: Sémantique Structurale (1966), Du sens (1970), “Les actants, les acteurs et les figures” (1973), Entretien avec A J Greimas sur les structures élémentaires de la signification by Frédéric Nef (1976). O modelo actancial foi concebido para traduzir a forma como os sememas se organizam à superfície do discurso e cuja esquematização é a seguinte:
Destinador ? Objecto ? Destinatário
??
Adjuvante ? Sujeito ? Oponente
O modelo aplica-se sobretudo aos contos maravilhosos e a situações dramáticas. Greimas considera-o um modelo “operacional” e dá como exemplos temáticos o caso de um filósofo clássico, cuja relação com o conhecimento obedece ao seguinte esquema:
Sujeito ……………….. Filósofo;
Objecto……………….. Mundo;
Destinador…………… Deus;
Destinatário…………. Humanidade;
Oponente…………….. Matéria;
Adjuvante……………. Espírito.
e o de um militante marxista, cujo desejo de ajudar o homem se esquematiza assim:
Sujeito ……………….. Homem;
Objecto……………….. Sociedade sem classes;
Destinador…………… História;
Destinatário…………. Humanidade;
Oponente…………….. Classe burguesa;
Adjuvante……………. Classe operária.
Greimas considera ainda que as principais forças temáticas que impulsionam este jogo de actantes são: o amor, o fanatismo religioso ou político, a avareza, o desejo de poder ou de autoridade, a inveja, o ciúme, o ódio, o desejo de vingança, a curiosidade, o patriotismo, etc.
A. Hénault: Narratologie: Sémiotique générale (1983); A. Greimas: Sémantique structurale, (1966); C. Chabrol (ed.): Sémiotique narrative et textuelle (1974); J. Courtés: Introduction à la sémiotique narrative et discursive (1976); O. Ducrot et al.: Qu’est-ce que le structuralisme? (1968); Terence Hawkes: Structuralism and Semiotics. London: Methuen, 1977.
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