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Arqueologia da escrita. O objecto desta disciplina é constituído pelas escritas em desuso que os paleógrafos lêem, datam e situam, para além de as relacionarem genealogicamente. Enquanto disciplina auxiliar da filologia, a paleografia permite distinguir os sucessivos agentes que intervieram ao longo da composição de um mesmo manuscrito (as sucessivas mãos), ou surpreender uma mesma mão em diferentes intervenções. A detecção de semelhanças e divergências entre as mãos observadas é o resultado de uma peritagem em que se avaliam diversos elementos de escrita como o ângulo, o módulo, o peso, o ductus e a morfologia da letra. A crescente intervenção da paleografia na área filológica veio erradicar a tendência para as observações impressionistas e empíricas a propósito da execução material dos textos escritos.

Em Itália, sobretudo devido aos trabalhos de Armando Petrucci, a disciplina paleográfica evoluiu no sentido da contextualização e humanização das letras e das mãos, de forma que se converteu numa genuína história da cultura escrita.

Bibliografia:

Armando Petrucci: “Scrittura, alfabetismo ed educazione grafica nella Roma del primo cinquecento”, Scrittura e Civiltà, 2 (1978); Agustín Millares Carlo: Tratado de Paleografía Española, I (19833).