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Estrutura foliácia, obtida pela aglomeração artesanal ou mecânica de matérias fibrosas, que substituiu, no Ocidente medieval, o pergaminho enquanto suporte privilegiado de escrita. Inventado na China em 105 d.C., o papel começou a ser fabricado na Europa (em Játiva, Espanha) mil anos mais tarde, no século XII. Para a produção dos primeiros papéis utilizava-se a cortiça de amoreira, fibras de cânhamo ou tecidos velhos, sendo equivocada a ideia de que terá começado por ser feito de seda.

Em relação ao pergaminho, o papel tem o inconveniente de ser bastante mais frágil e as vantages de ser mais económico e apropriado para receber tinta, o que determinou que a tipografia só se tenha inventado e difundido no Ocidente depois da chegada e fabrico serial do papel. Do ponto de vista paleográfico, e filológico em geral, o papel tem ainda a vantagem de ser facilmente datável, uma vez que conserva vestígios muito precisos do respectivo fabrico: as dimensões da superfície e a marca de água (filigrana e vergaturas).

{bibliografia}

Lucien Febvre e Henri-Jean Martin: L’Apparition du Livre (1958); Marshall McLuhan: “O passado-futuro do livro”, O Correio da UNESCO. Número especial dedicado ao Ano Internacional do Livro (1972); Rita Marquilhas: “Papel”, Maria Francisca Xavier e Maria Helena Mateus (orgs.): Dicionário de Termos Linguísticos, I (1990).