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O polissíndeto é uma figura de estilo discursiva que consiste no emprego repetido e intencional de conjunções coordenativas que ligam uma série de palavras, sintagmas ou frases coordenadas. A palavra “polissíndeto” é de origem grega e baseia-se nas partículas “poly” (que se traduz como “muitos”) e “syndeton” (que expressa a ligação entre vários elementos). A construção polissindética ou sindética pode ter um significado copulativo, disjuntivo, adversativo, causal ou conclusivo de acordo com as conjunções coordenadas em uso.

O polissíndeto é, por vezes, considerado como um caso especial de anáfora devido à sua estrutura repetitiva; pode, contudo, surgir ainda associado ao assíndeto de forma a introduzir um efeito entrecortado ao texto.

O recurso ao polissíndeto enquanto forma de repetição visa essencialmente produzir o efeito retórico de ênfase literário. Por exemplo, em A Cidade e as Serras, Eça de Queirós utiliza uma das formas possíveis de construção polissindética (ou seja, com conjunções coordenadas copulativas) de forma a enfatizar a ideia de diversificação e vastidão de uma das paisagens em causa: “(…) a violenta cólera de uma serra (…) que (…) só lhe oferecera doçura e sombra, e suaves céus, e quietas ramagens, e murmúrios discretos de ribeirinhos mansos (…)”.