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Termo utilizado, por vezes pejorativamente, para definir a exaltação excessiva de sentimentos através da reiteração de efeitos patéticos que sugere, por um lado, a ausência de um auto-controlo emocional e por outro, uma desadequação entre as emoções expressas e o objecto (cães, crianças e mulheres idosas figuram entre os mais populares) que as suscita.

Liberto de um código rígido de moralidade ou julgamentos intelectuais, o sujeito criador dá livre curso às emoções puras e naturais, bem como à sua perspectiva (simplista) da humanidade enquanto virtuosa na sua essência.

Historicamente, a sentimentalidade está mais notoriamente presente na poesia do século XVIII, com Cowper, Gray e mais tardiamente com Shelley; mas é também visível na novela sentimental, na comédia sentimental, e na “comédie larmoyante”. A sentimentalidade na literatura regista a utilização frequente de clichés, de hipérboles, de redundâncias adjectivais e emocionais, estando, concomitantemente, latente uma visão superficial do mundo interior.

O surgimento deste novo gosto literário, em muito se deve à filosofia optimista promovida por Jean Jacques Rousseau ao especular acerca da natureza ética da humanidade; e por Shaftesbury ao argumentar que o homem possuía um sentido moral inato, aliado ao seu sentido da beleza.

{bibliografia}

Fred Kaplan, Sacred Tears: Sentimentality (1962); Fred Kaplan, Sacred Tears: Sentimentality in Victoriona Literature (1987); J. A. Cuddon, A Dictionary of Literary Terms and Literary Theory, s.d.; L. I. Bredvold, The Natural History of Sensibility (1962); Maximillian E. Noval, Eighteenth Century English Literature (1983); M. H. Abrams, A Glossary of Literary Terms, s.d.