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Produção teatral que combina na representação o diálogo e a música, integrando coros, acompanhamento instrumental, interlúdios e muitas vezes a dança num enredo dramático. O género encontra as suas raízes numa vasta variedade de formas teatrais popularizadas no século XIX incluindo a opereta, a ópera cómica, o cabaret, a pantomina, o vaudeville e o burlesco, encontrando a sua expressão mais acabada nos Estados Unidos da América, particularmente nos teatros da Broadway.

Desde os tempos mais remotos foi concedido à música um papel primordial. Já na Grécia Antiga a música e o canto constituíram formas utilizadas nos espectáculos teatrais. Também Aristóteles se referiu à música na sua obra Poética como um dos seis elementos fundamentais da tragédia grega. Na Idade Média a ligação entre teatro e música é igualmente evidente, basta lembrar os dramas litúrgicos ou religiosos que focavam os Mistérios cantados em latim. Ainda nesta época e dentro da representação recordamos também os jograis, os saltimbancos, os malabaristas como agentes divulgadores da literatura oral, falada e cantada.

Os períodos renascentista e barroco evidenciam-se extremamente férteis na propagação de géneros teatrais (António José da Silva «O Judeu» cujas óperas contêm em si o embrião da ópera bufa) e pela utilização da música ou da canção como complemento essencial dos espectáculos.

É no século XIX que a ópera atinge o apogeu no que respeita à criatividade e popularidade. Exemplos concretos desta afirmação estão os nomes de compositores ainda vivamente representados no nosso século como Richard Wagner, Verdi, Charles Gounod. É também neste século que se populariza a opereta e o cabaret, géneros que iriam divergir para o Musical. E aqui chegamos à Broadway.

O que distingue a ópera e os musicais ou teatro cantado é que, nestes últimos, quem representa não são os cantores, mas sim actores que sabem cantar.

Actualmente verificamos que o género manteve a sua vivacidade e com uma sucessão de êxitos quase infindável desde os clássicos de Jerome Kern, Cole Porter, Irving Berlim, George e Ira Gershwin, Rodgers e Hammerstein, Vicent Youmans, Alan Jay Lerner, até Leonard Bernstein (compositor e maestro que dedicou ao género grande atenção em West Side Story, de 1957) ou nos espectáculos dos anos 60 e 70 fortemente enraizados pop e rock como Hair (1967) ou Jesus Christ Superstar (1971) de Andrew Lloyd Webber que se iria revelar um dos grandes continuadores do género em musicais como Cats, The Phantom of the opera, Evita, etc.

A música constitui nesta forma teatral o seu elemento definidor, funcionando muitas vezes como uma batuta de um espectáculo ou peça e a sua utilização varia consoante a proposta de encenação.

{bibliografia}

António Solmer, Manual de Teatro, (1999); Patrice Pavis, Dicionario del Teatro, (1998)