Select Page
A B C D É F G H Í J K L M N O P Q R S T Ü V W Z

A história das tertúlias está desde sempre associada aos cafés. Não é possível definir este termo sem o associar ao meio que o germina e produz.

De facto, a expressão do jornalista e poeta Belo Redondo “A vida nacional gira à volta de uma chávena”, resume sumariamente a importância das tertúlias ao longo das épocas.

Em Paris, antes do século XVII, existiam inúmeros botequins que eram locais de encontro e cavaqueira. Com a importação lusa dos cafés, o carácter social e político dos mesmos é adquirido. Desde cedo passaram a ser ponto de encontro de janotas, jornalistas, homens de letras e pensadores que discutiam os mais diversos temas conquistando lugar cativo no grupo.

O Chiado foi desde cedo o local ideal para areunião das tertúlias. Entre republicanos e vates, Bocage frequentava o Nicola onde circulavam as opiniões contrárias ao regime instalado. No Marrare, Alexandre Herculano e Castilho impressionavam pelas suas opiniões arrojadas e maledizentes. Aí a Lisboa romântica era debatida por um grupo de escritores da primeira metade do século XIX.

Mais tarde, em 1925 a Brasileira era poiso de Almada Negreiros, Eduardo Viana e Stuart Carvalhais.

O Martinho da Arcada era também nesta época frequentado por António Botto, Fernando Pessoa e Mário de Sá Carneiro, entre outros.

Na época de Salazar, estes locais foram considerados “lugares de ócio e dissolução” sem que no entanto, se conseguisse acabar com o hábito entroncado dos grupos animados que cavaqueiam amena ou violentamente sobre diferentes assuntos.