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Convenção teatral para referir uma fala marginal que uma personagem dirige, em regra, para o público, reflectindo um pensamento ou comentário que convém esconder das restantes personagens. Não deve ser confundido com o monólogo. Foi amplamente utilizado no teatro renascentista, sobretudo para permitir às personagens confessar reservadamente sentimentos muito pessoais. Gil Vicente utiliza esta técnica no Auto da Índia, onde a Moça profere vários apartes críticos em relação às actividades adúlteras da sua Ama, como neste passo bem conhecido: “Quantas artes, quantas manhas, / que sabe fazer minha ama! / Um na rua, outro na cama!”. Durante o teatro naturalista, o uso do aparte foi abolido. No teatro do século XX, é pouco frequente encontrar apartes, embora certos autores tenham renovado o seu uso, como Eugene O’Neill, em Strange Interlude (1928).

 

Bibliografia:

 

Emilio Orozco Diaz: “Sentido de continuidad espacial y desbordamiento expresivo en el teatro de Calderon: El soliloquio y el aparte”, in Lorenzo Luciano García (ed.): Calderon: Actas del Congreso internacional sobre Calderon y el teatro espanol del Siglo de Oro  (Madrid,  1983); Gregor Diaz: “Del aparte a los espectaculos unipersonales”, Latin-American Theatre Review, 23, 2 (1990); Nathalie Fournier: “Ionesco et le discours theatral: Dialogue, monologue, aparte”,  L’Information grammaticale, 52 (Paris, 1992);  Siegfried Plumper Huttenbrink: L’Aparte (1993).