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Diz-se da obra cuja autoria não é possível atestar, ou porque o seu autor não é responsável pelo texto conhecido e eventualmente adulterado, ou porque a data e/ou o local de edição não são verdadeiros. Originariamente, os apócrifos eram os textos sagrados não divulgados, como o Livro das Sabinas dos Romanos. Para a ortodoxia cristã, apócrifos eram todos os textos sagrados cuja autenticidade (ou conformidade com o credo ou ditados pela inspiração no Espírito Santo) não era possível garantir, razão porque não foram incluídos no texto canónico da Bíblia (permanecem apenas na versão grega, mas não na hebraica). Estão neste caso, por exemplo, o Livro da Sabedoria de Salomão, Vida de Adão e Eva, Apocalipse e Evangelho de São Pedro.

Na literatura portuguesa, são apócrifos as Cartas de Egas Moniz Coelho a sua Dama, a Trova dos Figueiredos, Canção de Gonçalo Hermigues, o Traga-Mouros, ou o Poema de Cava ou da Destruição de Espanha — textos dados a conhecer nos finais do século XVI e princípio do século XVII, por escritores e críticos portugueses como Frei Bernardo de Brito, Miguel Leitão de Andrade e Manuel de faria e Sousa, que assumiram tratar-se de textos do corpus medieval da literatura portuguesa. Na literatura europeia, é célebre o apócrifo Poemas de Ossián, de um suposto poeta escocês do século III, que veio a descobrir-se ser uma falsificação de J. Macpherson e J. Smith no século XVIII.

Podemos aplicar o conceito, de uma forma mais ampla, a todos os textos (literários ou não) cuja autoria seja duvidosa.

 

Bibliografia:

 

Miguel Ángel Pérez Priego: La Edición de Textos (1997).