Select Page
A B C D É F G H Í J K L M N O P Q R S T Ü V W Z

Termo originário da genética (e em desuso nesta ciência) que traduzia o ressurgimento numa determinada geração de certos sintomas ou caracteres tidos por extintos. Aplica-se na linguagem corrente para designar semelhanças físicas ou psicológicas com parentes mais antigos e não com os mais recentes. Esta circunstância tem sido largamente explorada em todas as literaturas, desde a tragédia grega até ao romance de tese. O romance do século XIX soube tirar partido das analogias hereditárias remotas para a construção de certas personagens. Veja-se o caso de Pedro da Maia, de Os Maias, de Eça de Queirós, que nos diz que “tinha pouco da raça, da força dos Maias” e descendia mais evidentemente dos Runas, facto que Afonso da Maia observa atestando “a grande parecença de Pedro com um avô de sua mulher, um Runa, de quem existia um retrato em Benfica” (2ªed., Livros do Brasil, Lisboa, s.d., pp.20-22). O tema do atavismo e das suas consequências civilizacionais (sobretudo problemas de adaptação ao meio) é, ainda a título de exemplo, central nos romances de Jack London Call of the Wild (1903), White Fang (1906) e Burning Daylight (1910).

 

Bibliografia:

 

Abdelhak Elghandor: “Atavism and Civilization: An Interview with Paul Bowles”, ARIEL: A Review of International English Literature, 25, 2 (1994); Catharine R. Stimpson: “Pre-Apocalyptic Atavism: Thomas Pynchon’s Early Fiction”, in George Levine e David Leverenz: Mindful Pleasures: Essays on Thomas Pynchon (1976); Fernando Gonzalez Cajiao: “El Teatro Taller de Colombia: La resurrección del atavismo”, Latin-American Theatre Review, 25, 1 (1991); James R. Giles: “Beneficial Atavism in Frank Norris and Jack London”, Western American Literature, 4 (1969); John Henry Raleigh: “The Irish Atavism of A Moon for the Misbegotten”, in Virginia Floyd: Eugene O’Neill: A World View (1979); Juan Gamez: “El atavismo moruno en La barraca de Blasco Ibanez”, Explicacion de Textos Literarios, 4, 2 (Sacramento, 1975); Sherwood Williams: “The Rise of a New Degeneration: Decadence and Atavism in Vandover and the Brute”, ELH, 57, 3 (Baltimore, 1990); Simon Lewis: “Graves with a View: Atavism and the European History of Africa”, ARIEL: A Review of International English Literature, 27, 1 (1996); Stephen D. Arata: “The Sedulous Ape: Atavism, Professionalism, and Stevenson’s Jekyll and Hyde”, Criticism: A Quarterly for Literature and the Arts, 37, 2 (1995).