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Termo francês antigo, de etimologia obscura, atestado desde 1250, e provavelmente derivado de fatras (“miscelânea”), que se atribui a um tipo de composição poética de carácter irracional ou ininteligível. A fatrasie representa, na Idade Média, uma tentativa de fazer evoluir os géneros literários, em particular os relacionados com o modo lírico, para além dos códigos provençais, procurando inovar certas técnicas, sobretudo ao nível da sintaxe e do vocabulário. A fatrasie tem uma estrutura rígida constituída por uma estrofe de onze versos (seis pentassílabos seguidos de cinco heptassílabos) recorrendo a apenas duas rimas. Tal como no género que lhe sucede, o coq-à-l’âne, explora muitas vezes o absurdo e o sem sentido.

{bibliografia}

Giovanna Angeli: « Mundus inversus et perversus: De la fatrasie a la sottie» , Révue des Langues Romanes, 86, 1 (Montpellier, 1982) ; Lambert C. Porter : La fatrasie et le fatras: essai sur la poèsie irrationelle en France au moyen âge (1960).