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Tipo primitivo de teatro, de carácter satírico e jocoso, de origem medieval, que servia para imitar (arremedar) de forma grotesca as falas, os trejeitos ou a fisionomia de outras figuras. Concorre com o entremez e o momo (mas deles se distinguindo) para a identificação de formas teatrais elementares nos primódios do teatro português. Forma ainda rudimentar de teatro, ainda não constituída como género, o arremedilho deve ser visto apenas como imitação burlesca de uma personagem pública. Segundo Viterbo, que é responsável por uma interpretação não fundamentada do termo como sinónimo de entremez, farsa, comédia e momo, a palavra encontra-se em primeiro lugar num documento de 1193, onde “D. Sancho I com sua mulher e filhos fizeram doação de um casal (…) ao farsante ou bobo, chamado Bonamis, e a seu irmão Acompaniado, para eles e seus descendentes.” O pagamento terá sido “unum arremedillum” (Viterbo, s.v. “arremedilho”, Elucidário das Palavras, Termos e Frases Antiquadas da Língua Portuguesa, 2ª ed., Lisboa, 1865; 1ª ed., 1798-1799).